Diretor Executivo do grupo Maratá revela ter saído de Lagarto por falta de incentivos na gestão dos Reis

Diretor Executivo do grupo Maratá revela ter saído de Lagarto por falta de incentivos na gestão dos Reis

O empresário Frank Vieira afirma que Lagarto perdeu uma das maiores indústrias de café do mundo por falta de apoio na gestão de Jerônimo Reis. Episódio ocorreu em 2001 e levanta debate sobre omissão política.

Durante a inauguração do gasoduto de gás natural em Lagarto, realizada nesta quarta-feira, 4 de junho de 2025, o empresário Frank Vieira, diretor executivo do grupo Maratá, revelou um episódio que causou forte repercussão na economia e na política local: em 2001, o município perdeu a chance de sediar a terceira maior indústria de café do mundo por falta de apoio da administração municipal da época, comandada por Jerônimo Reis.

Segundo Frank, a falta de incentivo por parte da gestão municipal foi determinante para que a nova planta industrial do grupo fosse transferida para Itaporanga D’Ajuda, onde hoje a unidade movimenta cerca de R$ 4 bilhões por ano e gera mais de 1.400 empregos diretos.

O episódio ocorreu em um período em que a família Reis detinha forte influência política em Sergipe. Jerônimo era prefeito de Lagarto, enquanto seu filho, Sérgio Reis, exercia mandato como deputado federal e mantinha aliança com os governos estadual e federal. A falta de engajamento político, segundo o empresário, foi crucial para a decisão de levar o investimento para outro município.

A revelação levanta uma importante reflexão sobre o impacto das escolhas administrativas no desenvolvimento regional. Lagarto, que poderia hoje ser sede de uma das maiores indústrias de café do mundo, acabou ficando de fora por ausência de incentivos. A fala de Frank Vieira ocorreu durante o evento de inauguração do gasoduto, marco que simboliza uma nova fase econômica para o município.

Com a chegada do gás natural, liderada por ações coordenadas do deputado federal Gustinho Ribeiro e da ex-prefeita Hilda Ribeiro, o cenário atual aponta para uma reviravolta no ambiente de negócios da cidade. O gasoduto foi viabilizado com apoio da Sergas, do Governo de Sergipe e de parceiros industriais como o próprio grupo Maratá.

O investimento em infraestrutura energética é visto como um passo decisivo para atrair novos empreendimentos e reduzir custos operacionais da indústria, impulsionando a geração de empregos e o crescimento sustentável da região. Segundo informações da Sergas, a planta instalada em Lagarto deverá consumir inicialmente cerca de 10 mil metros cúbicos de gás natural comprimido por dia.

A declaração de Frank Vieira foi recebida com atenção por empresários, gestores públicos e analistas, que ressaltaram a importância de uma postura proativa por parte das administrações municipais para não repetir erros do passado. A ausência de apoio institucional no início dos anos 2000 pode ter custado caro a Lagarto, enquanto cidades vizinhas colheram os frutos do investimento rejeitado.

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