O motorista Genilson da Silva recebeu um rim da irmã e voltou a ter qualidade de vida. Sergipe retoma transplantes de rins e inicia transplantes de fígado.
O ato de amor da assistente social Ana Paula da Silva, de 38 anos, deu novo sentido à vida do irmão, o motorista Genilson da Silva, 48, natural de Japaratuba. Após três anos em tratamento de hemodiálise devido à insuficiência renal, ele foi submetido a um transplante de rim em Aracaju no dia 30 de maio e voltou a sonhar com dias melhores.
“Desde que precisei iniciar a hemodiálise, minha rotina mudou por completo. Não conseguia mais trabalhar e vivia debilitado. Quando acordei da cirurgia, a primeira coisa que quis foi ir ao banheiro, porque passei três anos sem urinar”, relatou Genilson.
A irmã, que tomou a decisão de doar o órgão, descreveu a experiência como o maior gesto de amor de sua vida. “Eu não pensei duas vezes. A doação representa esperança, recomeço e solidariedade”, afirmou Ana Paula.
Sergipe amplia a rede de transplantes
O Governo de Sergipe firmou contrato com a Fundação Beneficente Hospital de Cirurgia (FBHC) para viabilizar o retorno dos transplantes de rins com doador vivo e falecido após 13 anos e iniciar procedimentos inéditos de transplante de fígado. O acordo prevê investimento anual de mais de R$ 241 milhões e garante tanto atendimentos hospitalares quanto serviços ambulatoriais, beneficiando milhares de pessoas.
Segundo dados da Central Estadual de Transplantes de Sergipe (CET/SE), em 2025 já foram realizadas 39 captações de múltiplos órgãos. No ano anterior, 57 doadores foram contabilizados. Em âmbito nacional, o Ministério da Saúde aponta que atualmente 79.851 pessoas aguardam na fila por um transplante.
A importância da decisão familiar
De acordo com o coordenador da CET/SE, Benito Oliveira Fernandez, é essencial conversar sobre a decisão de doar órgãos ainda em vida:
“É fundamental que cada pessoa manifeste esse desejo aos familiares. A doação só acontece com autorização do cônjuge ou de parentes de até segundo grau. Transformar um momento de dor em solidariedade é o maior legado que alguém pode deixar.”
Casos como o de Genilson e Ana Paula evidenciam que a doação de órgãos não apenas salva vidas, mas também fortalece vínculos familiares e inspira a sociedade a adotar uma postura de empatia e solidariedade.
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