No grande expediente da sessão plenária de ontem, 20, a deputada estadual Linda Brasil (Psol), líder da oposição na Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), criticou a Prefeitura de Aracaju após as denúncias de entregas de quentinhas estragadas no Centro Especializado para Pessoas em Situação de Rua (Centro POP) e das péssimas condições estruturais do prédio.
A deputada lembrou que na última segunda-feira, 19, foi o Dia Nacional da Luta da População em Situação de Rua e destacou que o estado não tem o que comemorar. “Na semana passada aconteceu um treinamento promovido pela Secretaria de Estado de Assistência Social e foi servida comida estragada, hoje venho aqui denunciar que a comida fornecida às pessoas em situação de rua no Centro Pop de Aracaju. Os usuários estão alegando que quase sempre está estragada. Isso é revoltante! É revoltante ver como essa população é tratada pelos órgãos que deveriam trabalhar para protegê-la”, afirmou.
Linda lembrou ainda que, no mês de julho, esteve no centro Pop de Aracaju e recebeu diversas denúncias dos usuários, entre elas as de que falta alimentação, que, atualmente, são fornecidas apenas 80 quentinhas, mas são mais de 100 usuários, os banheiros estão sem portas e sem chuveiros, todas as quintas-feiras o centro fecha mais cedo, antes do horário, deixando os usuários sem assistência, a oferta de material de limpeza é precária, é oferecido um copo de 30 ml com sabão e água sanitária, o que não é suficiente para a higienização das roupas.
Para a deputada é urgente que o poder público municipal tome providências. “Nós não vamos deixar de cobrar enquanto as pessoas que estão em situação de rua e que são usuárias do centro Pop não forem tratadas com dignidade. Não podemos tolerar que essas pessoas em estado de vulnerabilidade sejam humilhadas por quem deveria trabalhar para protegê-las”, denuncia.
De acordo com a Coordenadoria da Pastoral do povo, em Sergipe tem cadastrado no Cadúnico do governo federal, 1.074 pessoas em situação de rua, sendo mais de mil em Aracaju. A deputada chamou atenção para a subnotificação. “Se o censo for realizado da maneira correta esse número vai dobrar, a própria Pastoral afirma que o número de pessoas em situação de rua é o dobro do que consta no CadÚnico. É preciso uma política séria e efetiva do Governo do Estado e da Prefeitura de Aracaju para essa população”, cobra a deputada.
Caos na saúde continua
A deputada voltou a falar também na situação caótica da Saúde do estado. Na sessão de ontem, ela se referiu à greve das trabalhadoras e trabalhadores da Fundação Hospitalar de Saúde que foram surpreendidos por uma liminar que proíbe manifestações e greve dos servidores vinculados à instituição.
“Infelizmente, é o que o governo do estado tem a oferecer à população sergipana: repressão e más condições trabalhistas, desde a semana passada denunciamos que o governo do estado tenta dissuadir as e os trabalhadores a aceitarem o acordo coletivo proposto, sem garantia de diversos direitos e hoje presenciamos o cerceamento de mais um direito: o ato grevista”, denuncia a deputada.
A parlamentar manifestou ainda o total apoio à classe de trabalhadores da saúde. “Nossa mandata estará acompanhando as próximas ações, apoiando e fortalecendo sempre as e os servidores da saúde que diariamente dão suas vidas ao cuidado das nossas vidas e elas e eles merecem ter o seu trabalho reconhecido e valorizado, só o governo do estado não vê isso? Mas também, esperar o que de quem vê a estrutura do estado como um balcão de negócio?”, questionou a deputada.
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